terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Pela toca do Coelho Branco - Contos Por Um Fio na Fábrica das Histórias

A grande aventura começou quando Alice, que estava muito aborrecida, resolveu perseguir um coelho, mas este não era um coelho qualquer, era um coelho branco que usava relógio e mesmo assim estava sempre atrasado, este coelho era acima de tudo o fiel serviçal da Rainha de Copas! E este coelho que era branco, que usava relógio e que exclamava a pulmões abertos que estava sempre atrasado foi perseguido por uma menina, mas também esta menina não era uma menina qualquer, esta chamava-se Alice!!! Menina perspineta que veio mudar a forma como todas as meninas devem sonhar e se para concretizar esse sonho temos que partir para o País das Maravilhas, que partamos, mas... o mais rápido possível para não chegarmos atrasados!!
Se para sermos felizes temos que mergulhar no escuro, com potes de doce de laranja, gavetas que são prateleiras, tomar chá com um chapeleiro excentrico e uma infinidade de coisas estranhas, então que seja!













Biscoito obrigatório para quem quer entrar no País das Maravilhas!!
































quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Os Anões Contos Por Um Fio na Fábrica das Histórias



Pé ante pé...


Chegaram à aldeia.


E voltavam todas as noites...





A Fábrica das Histórias/ Casa Jaime Umbelino é sempre um lugar especial por onde as marionetas gostam de andar. O ruído da madeira quando caminhamos, o cheiro da casa, o pormenor das portas, o tecto, os azulejos... é impossível ficar indiferente.

Nesta história reuni vários objectos e lembranças que de alguma forma estão relacionados com as minhas memórias, seja a história que era contada pela minha mãe, os moldes dos sapatos e banco de sapateiro que pertenciam ao sapateiro da aldeia onde vivi. O baú embora não me esteja directamente relacionado, pertence à colecção Jaime Umbelino, é um baú século XVII e certamente que também ele tem muitas histórias para contar.

Marionetas, Olga Neves
Fotografia, Olga Neves
Montagem da exposição, Rui Silva e Olga Neves


O Sapateiro e os Anões 

Era uma vez um pobre sapateiro que vivia numa pequena casa com a sua mulher.
Eram os dois tão pobres, mas tão pobres, que não tinham dinheiro nem para comprar o cabedal com que o sapateiro poderia continuar a trabalhar.
Uma noite o pobre sapateiro, cansado e infeliz, decidiu ir deitar-se depois de haver cortado o último pedaço de cabedal que lhe restava. As esperanças de vender os sapatos, que na manhã seguinte haveria de fazer com ele, não eram nenhumas, e aos seus vizinhos também não poderia pedir ajuda pois todos eram, como ele, demasiado pobres. E foi nesta angústia que adormeceu. 
No dia seguinte, com grande espanto, encontrou no lugar do cabedal que havia cortado, uns lindos sapatos, brilhantes e muito bem feitos.
Mal se havia recomposto do espanto e da alegria quando viu entrar na loja um nobre cavalheiro que, de imediato, lhe comprou o par de sapatos e, como deles gostou muito, deixou ao sapateiro uma reluzente moeda de ouro.
O sapateiro não cabia em si de felicidade e curiosidade. Quem teria feito aqueles sapatos? Sem tempo a perder comprou nesse mesmo dia mais cabedal em que recortou dois novos pares de sapatos e foi-se deitar na esperança de que o mesmo voltasse a acontecer.
Para sua alegria, no dia seguinte, voltou a encontrar dois novos pares de sapatos, brilhantes e muito bem feitos. Exatamente no mesmo sítio.
E também estes dois pares de sapatos não esperaram muito nas prateleiras da sua loja porque, devido à sua beleza e perfeição, logo tiveram compradores.
O sapateiro voltou a comprar o cabedal e o mesmo se foi repetindo noite após noite após noite.
Um dia marido e mulher, cansados de matutar sobre como acontecia o cabedal virar sapatos de qualidade e beleza, sem a mão de nenhum deles, resolveram ficar acordados para tentarem descobrir quem tanto os ajudava.
No silêncio da noite viram então dois pequenos anões entrarem pela janela e dirigirem-se ao local onde o sapateiro trabalhava para depois, muito rapidamente, executarem os novos sapatos. A seguir, e tal como haviam entrado, assim os viram sair.
Os anões não tinham roupa, estavam completamente nus, e o sapateiro e a mulher decidiram que lhes haveria que retribuir o favor e, por isso, foram comprar umas roupas muito bonitas que deixaram ficar junto ao cabedal cortado na noite que se seguiu à descoberta.
Quando os anões voltaram nessa noite à casa do sapateiro e da sua mulher, depararam com umas minúsculas mas belas roupas, mesmo à sua medida. Vestiram-se e, de tão felizes que estavam por terem roupas tão bonitas, dançaram e pularam a noite inteira.
Depois nunca mais apareceram, mas o sapateiro ficou-lhes eternamente agradecido pela ajuda que lhe tinham dado num momento tão difícil da sua vida.
Quanto aos clientes continuaram a acorrer vindos de muito longe, porque a fama dos sapatos sendo tanta percorrera já muitas e muitas léguas em redor da casa do sapateiro que, todos os dias, se continuou a esforçar para ter nas prateleiras da sua loja os mais belos pares de sapatos do mundo.

Conto registado pelos irmãos Grimm

Marionetas Olga Neves
Fotografia João Maçarico

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O Capuchinho Vermelho - Contos Por Um Fio Fábrica das Histórias

Capuchinho vermelho 

Qual o caminho que queres seguir? O das agulhas ou dos alfinetes??

Era uma vez uma menina a quem todos chamavam Capuchinho Vermelho pois não raro era vista com um belo Capuchinho Vermelho que lhe oferecera a sua Avó.
Um dia a Avó da Capuchinho adoeceu e a Mãe, preocupada com o que lhe pudesse estar a acontecer e dos cuidados que esta pudesse precisar, tendo em conta que vivia sozinha na floresta, pediu à menina que fosse ver como se encontrava e lhe levasse o almoço.
 Antes de partir recomendou-lhe então que seguisse pelo caminho mais seguro e evitasse o outro que estava recheado de todos os perigos.
Capuchinho Vermelho era uma menina obediente, mas a floresta estava cheio de coisas fantásticas que lhe iam prendendo a atenção e fazendo com que se distraísse das recomendações da mãe: flores, borboletas, pedras que brilhavam, as cores das folhas das árvores, as formas das árvores…
Estava ela neste grande espanto e admiração quando, já longe do caminho recomendado, viu um lobo. Não era um lobo qualquer, não! Era um Lobo muito gentil, muito preocupado com o seu bem estar e, acima de tudo, muito bem educado. Tinha uma voz calma e sabia muito bem o que dizia. Não fosse a menina estar com pressa e até podiam estar á conversa o resto do dia.
Mas a Capuchinho Vermelho tinha realmente de se apressar para saber novidades da Avó doente e para lhe levar o almoço, e por isso foi com tristeza que se despediu do Lobo, não sem antes lhe contar o que ia fazer.
E o Lobo, que era um bom ouvinte e muito manhoso, apressou-se para chegar à casa da Avozinha muito antes da menina.
Quando lá chegou bateu á porta e depois, imitando a voz fininha da jovem Capuchinho, fez-se passar por ela, entrou na casa e devorou a Avozinha de uma só vez, sem sequer a mastigar.
Deitou-se então na cama da Avozinha, pôs a toca dela para poder esconder as suas orelhas peludas de lobo, tapou-se com os seus lençóis e cobertores para esconder o seu peito negro, fechou as janelas para que a luz não fosse muita, e esperou. Esperou que chegasse a menina.
Quando Capuchinho Vermelho chegou o Lobo, feito uma velha doente, pediu para a menina se acercar dele e encetaram uma longa conversa de avó e neta.
A Capuchinho Vermelho quando os seus olhos se habituaram ao escuro, começou a estranhar aquela Avó tão grande, feia e peluda. Primeiro pensou que fosse a doença que a tivesse assim transformado, mas depois, mais espantada e sem conseguir refrear esse espanto, perguntou:
 -Avozinha, porque é que tens umas orelhas tão grandes?
 O Lobo respondeu-lhe:
- Minha neta, é para te ouvir melhor!
E a Capuchinho Vermelho, cada vez mais inquieta, continuou:
- Avozinha, mas os olhos, porque é que os tens tão grandes?
- Minha neta, são para te ver melhor, pois cada dia que passa estás mais linda, e por isso os meus olhos CRESCEM só para te ver! Replicou-lhe de novo o lobo.
Mas havia realmente algo de muito estranho com a sua Avó e logo de seguida, a Capuchinho Vermelho voltou a perguntar:
- Avozinha, e os teus dentes, porque estão grandes?
- Minha neta, são para te comer melhor!
E saltando da cama, o Lobo comeu-a.
E com tão faustosa refeição deitou-se a dormir.
Cá fora andava um caçador que ouvindo muitos gritos e barulho decidiu ir espreitar.
Espreitou e não queria acreditar; na cama da Senhora que ali morava, e de quem ele conhecia a neta, uma tal Capuchinho Vermelho, estava agora um Lobo gordo e ressonante.
Sem esperar foi ele que, com um enorme facalhão, abriu a barriga ao peludo e malvado animal retirando dela, intactas, a Capuchinho e a sua Avozinha.
Depois, com a ajuda da menina, encheu a barriga do Lobo de pedras, coseu-a e levou o Lobo para junto do rio.

Quando este acordou, cheio de sede e de barriga muito pesada, decidindo ir beber água caiu ao rio e afogou-se.  

Registado por Charles Perrault

Recontada por mim e corrigida pela Ana Meireles.


Capuchinho Vermelho e Lobo Mau.
Autora Olga Neves 
Fotografia de João Maçarico












Autora Olga Neves 
Fotografia João Maçarico