sábado, 30 de novembro de 2013

As Fadas - Contos Por Um Fio na Fábrica das Histórias

Dizem que moravam na floresta uma mulher com as suas duas filhas. Uma das raparigas era muito malcriada e partilhava esta característica com a sua mãe, a outra filha era maravilhosa e muito bem educada, era esta filha que fazia todo o trabalho da casa permitindo à irmã e à sua mãe uma vida regalada.
Um dia dirigiu-se para o interior da floresta para ir buscar água e encontrou uma idosa que mendigava. A rapariga apressou-se a dar-lhe água porque era tudo o que lhe podia dar naquele momento e assim ajudou a pobre velha. Mas a velha senhora ocultava a sua verdadeira identidade e após ter sido ajudada pela rapariga concedeu-lhe um dom: - Por seres tão bondosa, vou conceder-te o dom de soltares flores e pedras preciosas pela tua boca sempre que proferires uma palavra!
E assim foi, quando a rapariga voltou para junto da sua família e contou o que sucedera, da sua boca saíam flores e pedras valiosíssimas. A mãe boquiaberta, apressou-se a mandar a outra filha para a fonte para que tivesse o mesmo dom e para assim desfrutarem de uma vida cheia de riquezas. Depois de convencida pela mãe lá foi de muito mau humor e a resmungar pela sua má sorte. Quando chegou à fonte não encontrou nenhuma velhinha mas sim uma dama muito jovem e ricamente vestida. Também esta lhe pediu um copo de água ao qual a rapariga recusou terminantemente.
Na verdade, a velha senhora e a jovem dama eram uma fada que tinha o dom de se transformar em quem quisesse e de conceder dons ou maldições a quem merecesse. Claro está que não gostou da má educação da rapariga e de imediato lhe disse: - Por seres tão malcriada, sempre que falares com alguém sair-te-ão sapos e lagartos pela boca e nunca mais ninguém quererá estar contigo!
A rapariga apressou-se a insultá-la mas sem sucesso pois assim que abriu a boca vários sapos saíram da sua boca e subiram para a cabeça, os lagartos saltavam para o chão e a rapariga assustada tropeçava neles e caía pelo chão.
Quando voltou para casa tentou contar o que lhe sucedera mas os bichos saltavam da sua boca e percorriam todas as divisões da casa. A mãe ao perceber o que lhe acontecera voltou-se para a filha mais nova para lhe tirar o dom mas a rapariga fugiu floresta dentro e nunca mais ninguém a viu. Há quem diga que encontrou um príncipe que se apaixonou por ela e que viveram felizes para sempre, mas eu digo que por ser tão delicada e proferir coisas tão belas, viveu o resto dos seus dias a espalhar palavras preciosas e flores perfumadas por onde passou, e todos se encantavam por ouvi-la.

História registada por Charles Perrault e recontada por mim!


Rapariga Flor


Velha 



Rapariga Malcriada e Velha



Fada Dama




Príncipe





Fim!!


Autora Olga Neves 
Fotografias de João Maçarico e Olga Neves







O Lago dos Cisnes - The Swan Lake na Fábrica das Histórias




 Lago dos Cisnes, obra dramática da autoria de Tchaikovsky encomendada para o teatro de Bolshoi, estreou em 1877. Inicialmente foi um fracasso pela má interpretação dos bailarinos e orquestra mais tarde acabou por se tornar numa das obras mais vistas e aplaudidas a nível mundial.





Exposição "Contos Por Um Fio", em exposição na Fábrica das Histórias em Torres Vedras.



Cisne Negro e Príncipe 




Cisne Branco, Feiticeiro e Rainha








Cisne Branco







 Cisne Negro e Príncipe 









Cisne Negro 








Feiticeiro



O Lago dos Cisnes 

Era uma vez um príncipe imprudente como só os príncipes o podem ser. Vivia no seu reino, sem preocupações nem responsabilidades, uma vida cheia de aventuras com os seus amigos.
Um dia viu passar, perto do castelo onde morava, um grupo de cisnes e, encantado pela beleza das aves, resolveu caçá-las, mas depressa descobriu que os cisnes eram jovens mulheres que, amaldiçoadas por um velho feiticeiro, se transformavam em cisnes durante o dia para retomarem a sua forma humana quando chegava a noite.
Mesmo assim, imprudente e descuidado como era, o príncipe apaixonou-se por uma dessas mulheres, a Cisne Branco, embora tivesse ficado inconsolável por saber que nunca poderia desfrutar desse amor.
Mas a Cisne Branco, que também se enamorara desse belo e imprudente príncipe, disse-lhe que lhe seria possível recuperar a aparência humana assim houvesse um homem que a amasse verdadeiramente.
O príncipe jurou-lhe então, no meio de grande contentamento, que seria ele a quebrar o feitiço.
 Sem demoras decidiu assim organizar um baile para oficializar o seu amor pela Mulher Cisne. E para o baile convidou todos os habitantes do reino a fim de que a conhecessem e o respeitassem pela bela mulher que havia escolhido.
Mas o feiticeiro, sempre atento como todos os feiticeiros, e com o coração cheio de maldade, apareceu no baile sob a forma de um nobre cavalheiro, fazendo-se acompanhar pela sua filha, a Cisne Negro.
O príncipe imprudente, julgando reconhecer na Cisne Negro a sua amada, renovou junto dela os seus votos de amor, e a Cisne Branco, que nesse momento chegou ao Baile, não pode deixar de ouvir essa declaração que a deixou destroçada.
No entanto o príncipe apercebeu-se do erro e correu atrás da Cisne Branco, afirmando a veracidade dos seus sentimentos.
E nesse momento a Cisne Branco e todas as suas amigas ficaram livres da maldição do feiticeiro.


Tchaikovsky

Autora Olga Neves
Fotografia Olga Neves